Jaguaré : Professores relatam falta de provas no Saresp
domingo, 21 de novembro de 2010Além de problemas nos gabaritos, o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo (Saresp) deste ano também registrou a falta de provas em diversas escolas. Diretores, professores e alunos de diferentes regiões do Estado afirmam que não havia cadernos, cartões-resposta e folhas de redação em número suficiente para todos os estudantes que deveriam realizar o exame, que ocorreu na quarta e na quinta-feira.
Há relatos de provas insuficientes na capital e em Peruíbe, Jaú, Sorocaba e Pindamonhangaba. Normalmente, os pacotes de prova incluem dois exames a mais, que servem de reserva para eventuais problemas.
Os casos mais graves ouvidos pela reportagem se concentram na capital. Em colégios de bairros como Pinheiros e Jaguaré, professores encontraram alternativas para driblar a insuficiência de provas, como tirar xerox do exame para entregar a alunos que não receberam a prova. “Faltaram três provas. A diretora ligou para a Vunesp (organizadora a prova) e disseram para ela tirar xerox”, afirma uma professora.
“Não havia exames suficientes para os 7.º e 9.º anos”, conta uma fiscal da escola Carlos Maximiliano Pereira dos Santos. “Faltaram folhas de redação na minha sala”, afirma um aluno do mesmo colégio, do 9.º ano.
Na escola Deputado Augusto do Amaral foram tiradas cópias de folhas já respondidas por alunos que estavam realizando o exame. As respostas foram apagadas com líquido corretivo. Além disso, funcionários afirmam que professores da própria escola aplicaram o Saresp para seus alunos – o que é proibido.
No interior também houve falhas. A reportagem teve acesso a um e-mail enviado pela diretoria de ensino de Sorocaba às escolas da região. O texto dizia que havia problemas no caderno 12 do 5.º ano e que a questão 4 seria anulada. E o e-mail detectava problemas de impressão no caderno 21 para o 3.º ano do ensino médio.
Anteontem, o problema nos gabaritos foi noticiado com exclusividade pelo Estado, no blog Direto da Fonte, da jornalista Sonia Racy. Segundo professores e alunos, os números de identificação das provas não correspondiam às numerações dos cartões-resposta. Foram detectados casos em Assis (18 ocorrências) e em Jaú. Para solucionar o impasse, as escolas imprimiram novas folhas no site da Vunesp.
Número suficiente. A Secretaria Estadual de Educação e a Vunesp afirmaram, em nota conjunta, que as provas foram encaminhadas em número suficiente, mas admitem que em algumas turmas faltaram exames com número igual ao do gabarito. Segundo o texto, o aluno poderia usar outra prova e mudar o número na folha de respostas.
Ainda de acordo com a nota, a secretaria afirma que, caso faltassem provas, as opções eram: usar as duas provas extras; utilizar a reserva técnica da Diretoria de Ensino (5 pacotes com 40 cadernos cada um para cada disciplina) ou mover o aluno para uma sala com sobra de exames.
Quanto ao caderno 12, que teve problemas em Sorocaba, a pasta reconhece o erro na questão 4, afirmando que existem “alternativas repetidas”, mas que “elas podem ser avaliadas com base nos outros cinco cadernos que não apresentaram problemas de diagramação.” A secretaria descarta anular as questões.
Fonte: O Estado de S. Paulo